Depoimentos

Maracatu Arrasta Ilha - a parte que faz o todo
 
Durante todo o mês de janeiro e fevereiro, em comemoração aos 10 anos do grupo, estaremos publicando tanto no blog, quanto na página do facebook, um pequeno relato dos integrantes do grupo que irão sair neste carnaval, mostrando como conheceram o grupo, o que significa o maracatu em suas vidas e quais são as expectativas para o carnaval de 2012.
E para estrear esta sessão nada melhor do que iniciar com o relato de Charles do Maracatu que comemora junto com o grupo seu 10º carnaval. Charles conta que seu amigo artista plástico Renato Trivella lhe havia convidado para ir aos ensaios do grupo todos os domingos na UFSC, no entanto só após o show do Arrasta Ilha no antigo espaço cultural Fios e Formas é que foi abdusido pelo som das batidas do tambor. Daí foi só ele colar na UFSC e desde então permanece participando ativamente dos trabalhos do grupo. Quando pergunto o que significa o maracatu, ele me responde que não tem palavras para explicar, mas que com certeza o maracatu ajuda a trabalhar sua espiritualidade e lhe faz se sentir parte de um todo que ajudou a construir. Na posição de apito do bloco durante os carnavais, desde 2008, Charles reconhece seu amadurecimento e diz que sempre tem em mente as palavras da rainha do maracatu Encanto da Alegria, Dona Ivanize, a qual recomendava "cabeça fria" a uma posição de tanta responsabilidade. Sobre as expectativas para o carnaval de 2012, Charles afirma que nos últimos anos vem tentando construir uma sonoridade própria do Arrasta Ilha que esteja embasada na linguagem do maracatu e não tanto em mesclas sonoras, como já ocorreu com o maracaboi e maracacirco. Pra fechar, quando peço para ele lembrar de um baque significativo do grupo. Ele diz que muita coisa boa aconteceu durante esses 10 anos, mas dos últimos trabalhos aquele que certamente teve um grande peso para o currículo do Arrasta foi a Maratona Cultural. Pois o grupo em duas apresentações conseguiu primeiramente, através de um número reduzido, no palco, representar os demais, e depois, através do cortejo no bairro Ribeirão da Ilha, teve a possibilidade de se apresentar em uma comunidade, algo que possibilita um apredizado incrível, mas que tem se perdido no grupo nos últimos anos. Diante disso tudo é o próprio Charles que conclui "Vida longa ao maracatu e ao Arrasta Ilha".
Texto - Alexandra Alencar
É difícil entrevistar a si mesmo, mas para um pequeno depoimento sobre o Arrasta Ilha vale a pena inicar com minha primeira interação com o grupo. Foi em 2005, numa apresentação na UFSC no projeto 12h30. Eu já dançava afro e conhecia uma galera como Erik, Simone, Ié, Laila, Paola, etc. Nessa apresentação quando chegou ao final do baque a Simone simplesmente me jogou na roda e foi aí que dei meus primeiros passos dentro do maracatu.
Falo passos no sentido literal da palavra, pois de todas as partes que fazem o todo que é o maracatu resolvi me dedicar para aquela que mexia mais com o meu espírito, que é a dança.
Só que por ir gostando tanto de dançar, de fazer oficina com o Maurício, baiana rica da Nação Estrela Brilhante, a dança que acontecia de forma sazonal no grupo, principalmente em apresentações grandes, passou a ganhar mais espaço.
Hoje o maracatu Arrasta Ilha pra mim é uma grande parte da minha vida, ele é a forma de eu saudar meus antepassados, ele é onde se encontram minhas principais relações de afeto e ele é algo que eu tô ajudando a construir a partir dos meus principíos. Como diz o mestre Shacon Viana, da Nação Porto Rico, um filho que eu resolvi adotar.
Os 10 anos do Arrasta Ilha são pra mim um marco, pois eles simbolizam que o Arrasta hoje é mais do que um grupo de amigos que resolveu se juntar pra fazer um som junto, ele é isso também, mas hoje já faz parte da cultura carnavalesca da cidade de Florianópolis e do cenário de reivindicações políticas.
Pro carnaval de 2012 eu desejo que o Arrasta Ilha continue arrastando Floripa com muito axé.
Texto - Alexandra Alencar

 
 

2 comentários:

Daniel disse...

Salve, salve Arrasta Ilha...

Estou chegando em Floripa no sábado para passar o carnaval e não vejo a hora de ver o macaratu de vocês. Faço parte do grupo de maracatu Ingazeiro de Maringá-PR e é um prazer poder prestigiar esse cultura riquíssima que é o maracatu, sendo disseminada em outros lugares, com grupos e pessoas diferentes, espalhando axé com o mesmo propósito que o nosso!

Parabéns pelos 10 anos de trabalho e AAAAAAAAAAAAAAAAAAAXÉ a todos do arrasta ilha.

"Vem batendo forte, trazendo alegria, o céu ilumina com grande esplendor... pra mostrar como é que se faz o maracatu de nação NAGÔ.." Nação porto rico.


Daniel Bezerra - Grupo de Maracatu Ingazeiro (Maringá-PR).

Hélio Rodak disse...

Ótima apresentação neste 8 de junho na ponta do coral, parabéns por aderir ao movimento e contribuir para tornar a ilha mais de todos..